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STEPHEN HAWKING: RETORNO VITORIOSO À PÁTRIA ESPIRITUAL





 
A data de 14 de março de 2018 será sempre lembrada, porquanto um ser dotado de grande saber científico regressa à dimensão extrafísica já revelando crescimento espiritual, tendo sido bem-sucedido diante de um embate expiatório.

Estamos referindo-nos ao consagrado físico britânico Stephen Hawking, o qual, com a idade de 21 anos, foi diagnosticado com uma doença neurodegenerativa fatal, de causa desconhecida, que acomete os neurônios motores, responsáveis pelos movimentos voluntários.


A distrofia neuromuscular é denominada de esclerose lateral amiotrófica (ELA) e caracteriza-se pela perda progressiva da força muscular, que afeta os movimentos, causando paralisia, agindo igualmente, deleteriamente, na fala e na deglutição. O paciente progressivamente perde a motilidade dos braços, pernas e até mesmo da face, chegando ao ponto de ficar mudo.

Mesmo sendo a expectativa de vida de um paciente com a doença de cerca de 3 a 5 anos, Hawking viveu até os 76 anos de idade, lutando contra a doença por 5 décadas.  Nos anos 60, apresentava dificuldades para digitar e para locomover-se, necessitando de cadeira de rodas. Na década seguinte, sua voz era quase imperceptível e, após uma traqueostomia devido a uma pneumonia, em 1985, perdeu completamente a fala.

Através do computador "Equalizer", passou a comunicar-se, escrever matérias e livros, por mais algumas décadas, até o ano de 2005, quando perdeu o movimento das mãos e iniciou o trabalho no “Equalizer” através dos músculos do rosto.

BOX-1 A vitória do guerreiro diante do embate da prova ou da expiação

O famoso cientista lutou bravamente contra a expiação ou a prova de que era portador e, com resignação e coragem, saiu vitorioso. Nunca revelou indignação. Ao contrário, pacientemente procurava sempre um meio de poder driblar as severas limitações.

A Doutrina Espírita ensina que o encarnado, além do imperativo do aprendizado natural como cidadão da Eternidade, tendo de passar por inumeráveis provas, pode também, graças à Misericórdia Divina, ser submetido a uma catarse regeneradora, essencialmente expiatória, depurando a sua vestimenta perispirítica, maculada por equívocos lamentáveis. A distonia surgida no corpo embrionário, fetal ou em qualquer período da vida, é exteriorização da mesma desarmonia vincada no períspirito, decorrente do mau uso do livre-arbítrio nas experiências transatas.

O ser dotado da imortalidade pode sair da prisão espiritual, conforme relato do Mestre, no Evangelho de Mateus (cap. 5, v. 26), o que corresponde ao resgate de um débito, colocando por terra a afirmação dogmática das penas eternas, desde que o próprio Cristo enfatiza que a pena é transitória (“Em verdade te digo que não sairás dali, enquanto não pagares o último centavo”), pois, renascendo, o espírito obtém integralmente a liberdade, eliminando de si mesmo o remorso, a culpa, o sofrimento atormentador, com aparência de algo que parecia não ter fim, daí a expressão emblemática de “fogo eterno”.

Em entrevista ao The New York Times, em 2011, Stephen, a respeito de seu doloroso e dramático mal, disse que o conselho que dava para as pessoas deficientes era “o de se concentrar em coisas que sua deficiência não evita que você possa fazer, e não se arrependa das coisas nas quais ela interfere”. Depois, arrematou, com muita felicidade: “Não seja deficiente em seu espírito, como você é fisicamente”.

Certamente, Hawking foi recebido, em clima de festa, na dimensão extrafísica, em um banquete de luzes, desde que um “filho pródigo” retorna à casa paterna, já tendo purificada, em grande intensidade, sua vestimenta espiritual, apresentando-se com a mesma já irradiante, conquistando a tão bem-vinda e gloriosa “veste nupcial”, imagem descrita pelo Cristo, na Parábola das Bodas (Mateus 22:11).

BOX-2  Incrédulo Stephen no tocante à criação divina do Universo

Em relação à origem do Universo, o famoso cientista acreditava que o bigue-bangue tenha sido fruto do acaso, simplesmente uma consequência da lei da gravidade, uma criação espontânea. Aproveitou o momento para afirmar ser desnecessário apontar a criação do cosmos por uma força divina.

Os espíritos que estiveram junto com Kardec, na elaboração da codificação espírita, em resposta à pergunta oitava de O Livro dos Espíritos, versando a respeito do acaso presidindo a formação da matéria, enfatizam ser absurda essa ideia e consideram que “homem de bom-senso não pode considerar o acaso um ser inteligente”. Finalizando, perguntam: “O que é o acaso?” Eles mesmos concluíram: “Nada”.

Allan Kardec, complementando o assunto, relata que “a harmonia existente no mecanismo do Universo patenteia combinações e desígnios determinados e, por isso mesmo, revela um poder inteligente. Atribuir a formação primária ao acaso é insensatez, pois que o acaso é cego e não pode produzir os efeitos que a inteligência produz. Um acaso inteligente já não seria acaso”.

O também genial Benjamin Franklin disse: “Achar que o mundo não tem um criador é o mesmo que afirmar que um dicionário é o resultado de uma explosão numa tipografia”. Em verdade, se tudo começou através do big bang, por intermédio de uma intensa explosão, poder-se-ia perguntar: “Quem formou e acionou a bomba?”

É claro que ninguém questiona as leis da Física, principalmente a lei da gravidade. Contudo, uma questão merece ser esclarecida: Quem haveria transcendentalmente ter escrito as mesmas? Até hoje, os físicos teóricos tentam aplicar modificações nos conceitos da gravitação de Newton e de Einstein e não conseguem resolver seus problemas. Várias teorias já foram propostas e não conseguiram anular a criação do Universo em um momento do tempo e, consequentemente, não podem excluir o Pai Amado da criação do cosmos.

A espiritualidade disse a Allan Kardec: “(...) Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem e vossa razão responderá” (OLE, quest. 4). Mais adiante, os benfeitores do além concluem: “Tendes um provérbio que diz: pela obra se reconhece um autor. Pois bem! Vede a obra e procurai o autor, o orgulho é que gera a incredulidade. O homem orgulhoso nada admite acima de si...” (OLE, quest. 9).

Comenta o magnânimo Kardec: “Do poder de uma inteligência se julga pelas suas obras. Não podendo nenhum ser humano criar o que a Natureza produz, a causa primária é, conseguintemente, uma inteligência superior à Humanidade. Quaisquer que sejam os prodígios que a inteligência humana tenha operado, ela própria tem uma causa e, quanto maior for o que opere, tanto maior há de ser a causa primária. Aquela inteligência superior que é a causa primária de todas as coisas, seja qual for o nome que lhe deem” (OLE, quest. 9).

Contemplando o espaço iluminado e indefinido, onde se movem bilhões e bilhões de astros, o homem antevê a Eternidade e sente a presença de Deus imanente na abóboda estrelada da noite, tendo a certeza de que o cosmos é uma expressão do Ser Superior. Tudo realmente tem uma causa e fomos criados para a ventura eterna.

Com o pensamento voltado para o oceano de galáxias, revelando a grandiosidade da Criação Divina, ouvimos, no nosso íntimo, as palavras amorosas do representante maior da Divindade em nosso planeta: “Não se turbe o vosso coração; crede em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vô-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar” (João 14: 1-2).

No decorrer das vivências sucessivas, através do “nascer de novo”, tão bem ensinado por Jesus, os espíritos vão aprimorando-se, em etapas reencarnatórias, entremeadas de alegria e sofrimento, e tornando-se aptos, através da evolução espiritual, a compreender e habitar o Universo. Somente na faixa vibratória espiritual superior, poderá o ser penetrar nos redutos mais longínquos do espaço. Exemplificando: do Sol ao centro da nossa galáxia, Via-Láctea, viajando na velocidade da luz (300.000 Km por segundo), a distância a ser percorrida seria de 30 trilhões de km, precisamente 30.000 anos-luz.

Impossível o acaso ser responsável por uma obra tão gigantesca e maravilhosa: surgindo a vida por fruto de muitas conjunturas ao mesmo tempo, como calor na medida certa, a presença apropriada de energia, os elementos precisos, assim como a adequada estabilidade do meio. Difícil, praticamente impossível, acreditar na casualidade como explicação para a infinidade de mundos paralelos e descontínuos, subordinados a complexas teorias e equações. Certamente, a vida pulula no Universo e há substanciosos indícios de uma mente superior planejando e executando concisas leis físicas, de acordo com cada mundo.

Stephen Hawking declarou abertamente que pretendia provar a eternidade do Universo, para eliminar Deus, e que as explicações científicas são suficientes e a teologia desnecessária. Fica, porém, uma dúvida no ar: Qual o Deus que queria o distinto cientista excluir da formação do cosmos? Realmente, fica muito complicado e impossível para um homem de ciência imaginar o Universo formado por um Deus antropomórfico, um velhinho de barbas brancas, vestido com roupa alva bem folgada e com um semblante rude. Ainda por cima, criando o cosmos contendo bilhões de galáxias para abrigar a vida apenas na Terra.

As religiões dogmáticas, infelizmente, ainda insistem na pregação de um ser divino com reações bem humanas, como em O Gênesis, cap. 6, vers. 6, arrependendo-se o Criador de ter formado o homem sobre a Terra.  Em outra citação do Antigo Testamento, manda assassinar até crianças de peito (I Samuel 15:3), desrespeitando o seu mandamento “Não matarás” (Êxodo 20:13) e até é chamado de “Senhor dos Exércitos”, no livro de Isaías (47:4).
Esse Ser Supremo bem antropomórfico já foi morto por Nietzsche e devidamente regenerado pela Doutrina Espírita, definindo-o como inteligência suprema, causa primária de todas as coisas e provando, exuberantemente, que ele é realmente “o amor” (1 João 4:8) e o Universo criado por ele contém um número incalculável de mundos habitados.

BOX-3  Citações de alguns sábios espiritualistas

O consagrado poeta, escritor, filósofo e dramaturgo francês, Voltaire, no século XVIII, já afirmava: “Não acredito no deus que os homens fizeram, mas sim no Deus que fez os homens”. Igualmente, disse que “a verdadeira ciência faz o homem prostrar-se diante da divindade” e “se Deus não existisse, seria necessário inventá-lo”.

O proeminente sábio alemão, Albert Einstein assim confidenciou a toda a humanidade: “Minha religião consiste em humilde admiração do espírito superior e ilimitado que se revela nos menores detalhes que podemos perceber em nossos espíritos frágeis e incertos. Essa convicção, profundamente emocional na presença de um poder racionalmente superior, que se revela no incompreensível Universo, é a ideia que faço de Deus” (extraído do livro As Mais Belas Orações de Todos os Tempos). Além disso, proclamou o magnânimo físico que “não há oposição entre a ciência e a religião. Apenas há cientistas atrasados, que professam ideias que datam de 1880”. Realmente, a ciência nada tem a ver e nunca aceitar alguns juízos científicos, apenas teóricos, sem comprovação na prática.

O famoso cientista francês Louis Pasteur clamou que "um pouco de ciência nos afasta de Deus; muito, nos aproxima”. Max Planck, físico alemão, considerado o pai da física quântica, laureado com o Nobel de Física de 1918, assim exclamou: "Ambas, a religião e a ciência da natureza, envolvem, em seu exercício, a afirmação de Deus.” Galileu Galilei, físico, matemático, astrônomo e filósofo florentino afirmou que "a ciência humana, de maneira nenhuma, nega a existência de Deus. Quando considero quantas e quão maravilhosas coisas o homem compreende, pesquisa e consegue realizar, então reconheço claramente que o espírito humano é obra de Deus, e a mais notável”.



BOX-4     Missão do Espiritismo

O magnânimo codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec, revelou que “Fé inabalável é aquela que encara a razão de frente em todas as épocas da humanidade”. O Espiritismo estabelece uma ponte sublime entre ciência e espiritualidade, desde que humaniza e consola aos que se encontram nos arraiais científicos. Portanto, trata-se de uma doutrina científica, aliada ao fator religioso, amalgamada igualmente com a filosofia, esclarecendo a pobre e sofrida humanidade.

É muito comum o testemunho de ex-materialistas que se converteram à Doutrina Espírita ("Fé Raciocinada"), relatando que não conseguiam aceitar o Deus irascível, violento e sanguinário pregado pelas religiões dogmáticas, sob as ordens de uma teologia distanciada da lógica e do discernimento. Dizem, do mesmo modo, que o que os levou ao Espiritismo foi exatamente a verificação de a doutrina codificada pelo excelso Allan Kardec priorizar, assim como os materialistas, a criticidade, a discussão dos seus princípios e a liberdade de pensamento, seguindo, contudo, o parâmetro doutrinário de que "o argumento supremo deve ser a razão" (conclusão de OLE, no penúltimo parágrafo). Portanto, na Doutrina Espírita, a fé, desligada da razão, sem os rigores da verificação, é morta, inexpressiva. O espírita crê porque sabe.

A Doutrina dos Espíritos considera a morte como uma passagem transcendental, onde a imortalidade do espírito é constatada, penetrando o ser na dimensão extrafísica, inteiramente desconhecida dos materialistas e de muitos espiritualistas. O Espiritismo enfatiza a consciência da importância das dificuldades e das vicissitudes da existência física para o aprimoramento do ser espiritual e que a cessação da vida física é princípio de uma nova jornada, diante do Infinito.

Infelizmente, o materialista, diante da morte, contempla o grande silêncio do nada, sentindo sua alma despedaçar-se num aparente adeus sem volta. Conta-se que Francisco de Assis estava trabalhando na terra, quando um frade lhe fez a seguinte pergunta: "Irmão Francisco, se você soubesse que iria morrer daqui a alguns minutos, o que faria?” Ao que respondeu, com serenidade, certo e seguro de que a morte não interrompe a vida imortal do espírito: "Continuaria capinando o meu jardim".

Realmente, a falsa religião colabora enfaticamente para que o materialismo cada vez mais cresça no mundo, principalmente quando ensina conceitos já superados e anticientíficos, como, por exemplo, a criação do mundo em seis dias e o envolvimento com a vergonhosa mercantilização da fé. O trabalho religioso, estimulado por um bom salário, deixa a desejar em sua autenticidade, espontaneidade e como ato de amor desinteressado.

A Doutrina Espírita, com seus racionais postulados científicos, inicia o trabalho de esclarecimento da humanidade. Afinal, o homem encontra-se no limiar de uma nova era, na qual os enigmas serão decifrados e as barreiras do desconhecido sofrerão um intenso processo de desmoronamento.

BOX-5   Saudação ao espírito imortal de Stephen Hawking

Clamamos aos Céus que o grandioso espírito que deu vida ao gigante cientista inglês receba, na dimensão da eternidade, irradiações grandiosas de paz e saúde. É um herói que retornou à verdadeira pátria, tendo sido brilhante conquistador que venceu com honra e dignidade as batalhas duras e sofridas da prova ou da expiação. Agora, distanciado dos liames terrenos, possa, em momentos de meditação e enlevo, conscientizar-se de que a imortalidade de que é revestido é testemunha viva da presença de uma mente extremamente sábia e amorosa, criadora do majestoso Universo, do qual ele foi ardoroso apaixonado.
Que o Mestre Jesus ampare e fortifique o seu formoso espírito!

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