Pular para o conteúdo principal

PORNOGRAFIA É O EROTISMO VAZIO DO AMOR


 

A pornografia é o erotismo vazio de afeto, amor e desvelo, por isso é um assunto espinhoso, sensível e controverso. No mundo tecnológico, um imenso contingente de pessoas trafega no universo virtual (em média 9h diárias) aliciadas pelos poderosos convites às viagens eróticas do apelo pornográfico.

Há pouco menos de meio século, a exibição de filmes “adultos” entulhava os porões das fétidas salas de cinemas eróticos. Nessas lúgubres cavernas as pessoas fascinadas aos apelos da alucinação sexual procuravam os “shows” de sexo explícito, filmes e revistas especializados. Em seguida, para nossa desdita, com a expansão da Internet, o tráfico do lado negativo da sexualidade saiu dos funestos antros e rompeu fronteiras através dos meios de comunicação, alcançando o espaço sagrado dos nossos lares sem qualquer pudor.


Nesse extremo, a internet tem estabelecido grande influência entre crianças, jovens, adultos e idosos, e entre os contumazes usuários, tornando possível que os consumidores de pornografia permutem informações entre si e possam identificar gêneros, estilos e gostos, fazendo com que compartilhem suas preferências e permitindo o encontro de fantasias ou práticas criminosas de pedofilia e outras parafilias.

Numa linguagem espírita, diria que o “UMBRAL” nunca esteve tão presente e próximo dos lares terrenos. Há um impressionante número de mulheres casadas que se queixam de solidão (no sentido de solidão sexual), em virtude de seus esposos serem contaminados e viciados na pornografia virtual. E o inadmissível da situação é saber que muitos desses maridos consumidores de pornografias são “cristãos”, “bons” espíritas, pais de família exemplares e profissionais de proeminência.

Os consumidores de pornografia, na maioria dos casos, ou estão viciados ou prestes a se viciarem em sexo. Tais pessoas passam a pensar e a se absorverem pouco a pouco com sexo. As fantasias sexuais, as figuras pornográficas passam a colonizar gradativamente as suas mentes, passando a invadir insistentemente os seus pensamentos nas ocasiões mais impróprias.

A nossa sexualidade não pode ser avaliada sob o prisma dos que a consideram impura e proibitiva, muito menos sob as impressões dos que anseiam algemá-la ao plano da banalidade como simples fricção de células causadoras de deleite erótico. A sexualidade humana é de procedência divina e sua possante energia, que alastra no ser de forma natural, não deve ser inibida de forma insana, todavia urge ser disciplinada no sentido de atingir seu desígnio, como força fecunda e criadora, a fim de produzir o avanço espiritual do homem.

Não estamos propondo castrações, mas sublimação. Até porque todos somos impregnados desse potencial e convocados a aprender a discipliná-lo. Com o Evangelho aprendemos que quando um casal se ama, os parceiros se apetecem e se reverenciam. A vida e experiência sexual entre ambos é respeitosa e prazerosa. O amor entre os dois não está condicionado apenas à sexualidade, todavia vai muito mais além, incluindo amizade, companheirismo e cuidado pela satisfação de suas necessidades. Quando, porém, isso não ocorre e há a necessidade compulsiva de fantasias, autoerotismos e pornografias, esse casal não está em harmonia; encontra-se psicologicamente corrompido e não é feliz.

Compreendemos que precisamos ser indulgentes com aqueles que são servos da pornografia, abarcando que cada ser é um ente divino em suas potencialidades de amor que com certeza eclodirão no futuro, até porque esses atrasos morais são particularidades do estágio de expiação e provas do homem terreno. Deste modo, precisamos orar e orientar aqueles que nos solicitam auxílio, demostrando as implicações infelizes do sexo em desatino, conforme nos advertem os Benfeitores do além.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

PESTALOZZI E KARDEC - QUEM É MESTRE DE QUEM?¹

Por Dora Incontri (*) A relação de Pestalozzi com seu discípulo Rivail não está documentada, provavelmente por mais uma das conspirações do silêncio que pesquisadores e historiadores impõem aos praticantes da heresia espírita ou espiritualista. Digo isto, porque há 13 volumes de cartas de Pestalozzi a amigos, familiares, discípulos, reis, aristocratas, intelectuais da Europa inteira. Há um 14º volume, recentemente publicado, que são cartas de amigos a Pestalozzi. Em nenhum deles há uma única carta de Pestalozzi a Rivail ou vice-versa. Pestalozzi sonhava implantar seu método na França, a ponto de ter tido uma entrevista com o próprio Napoleão Bonaparte, que aliás se mostrou insensível aos seus planos. Escreveu em 1826 um pequeno folheto sobre suas ideias em francês. Seria quase impossível que não trocasse sequer um bilhete com Rivail, que se assinava seu discípulo e se esforçava por divulgar seu método em Paris. Pestalozzi, com seu caráter emotivo e amoroso, não era de ...

OS FILHOS DE BEZERRA DE MENEZES

                              As biografias escritas sobre Bezerra de Menezes apresentam lacunas em relação a sua vida familiar. Em quase duas décadas de pesquisas, rastreando as pegadas luminosas desse que é, indubitavelmente, a maior expressão do Espiritismo no Brasil do século XIX, obtivemos alguns documentos que nos permitem esclarecer um pouco mais esse enigma. Mais recentemente, com a ajuda do amigo Chrysógno Bezerra de Menezes, parente do Médico dos Pobres residente no Rio de Janeiro, do pesquisador Jorge Damas Martins e, particularmente, da querida amiga Lúcia Bezerra, sobrinha-bisneta de Bezerra, residente em Fortaleza, conseguimos montar a maior parte desse intricado quebra-cabeças, cujas informações compartilhamos neste mês em que relembramos os 180 anos de seu nascimento.             Bezerra casou-se...

ALLAN KARDEC, O DRUIDA REENCARNADO

Das reencarnações atribuídas ao Espírito Hipollyte Léon Denizard Rivail, a mais reconhecida é a de ter sido um sacerdote druida chamado Allan Kardec. A prova irrefutável dessa realidade é a adoção desse nome, como pseudônimo, utilizado por Rivail para autenticar as obras espíritas, objeto de suas pesquisas. Os registros acerca dessa encarnação estão na magnífica obra “O Livro dos Espíritos e sua Tradição História e Lendária” do Dr. Canuto de Abreu, obra que não deve faltar na estante do espírita que deseja bem conhecer o Espiritismo.