quinta-feira, 7 de julho de 2016

APROVEITEMOS A ENCARNAÇÃO¹

   


   Agradeçamos o grande presente de Deus que é a nossa atual encarnação. Ancorada em nossas experiências do passado, essa existência é a grande oportunidade de acerto e reajuste patrocinado pela seleção de eventos que se apresentam em nossas rotinas.

            Fundamentando a importância de nossas encarnações em O Livro dos Espíritos (q.166) (Como a alma, que não alcançou a perfeição durante a vida corporal, pode acabar de se depurar?) os Espíritos nos respondem: “Submetendo-se à prova de uma nova existência.” Lógico que a nova existência terá um caráter aproximado daquela que a antecedeu e não se obteve em seu transcurso os resultados satisfatórios. Depreende-se daí que os aprendizados quando não completos exigem um retorno para lhes dar continuidade e retificação.
            Sem exceção estamos sintonizados com as condições exatas que precisamos para exercitar as conquistas que a nossa consciência indica. Apesar das grandes discussões em torno do conceito de consciência, lembremos que os Espíritos respondem a Allan Kardec que é na consciência onde está escrita a lei de Deus (LE - 621). O que significa que todas as pessoas encarnadas, excetuando-se aquelas em avançado estado de perturbação psíquica e emocional, sabem exatamente o que precisam realizar para atingir os objetivos da encarnação presente. Se pairar alguma dúvida basta olhar para as situações que se repetem em nossa rotina e será possível avaliar quais as mudanças que precisam ser empreendidas no nosso caminho.
            O fato de termos frustradas as muitas tentativas de organização no nosso mundo psíquico ao longo das muitas encarnações se deve, entre outras razões, ao fato de ignorarmos a possibilidade do pensamento reflexivo em cada oportunidade em que somos chamados a decidir em relação às questões mais graves da estrada. Desvalorizamos que cada desafio novo que surge é uma opção que se abre e exige a coragem de abandonar os antigos conceitos para outros serem aprendidos. Desconhecemos que estamos muito longe do que precisamos para alcançar a elevação espiritual apropriada, logo cometemos o erro de afirmar que “é assim que sou e é assim que faço”, sendo essa postura conservadora uma das grandes responsáveis por permanecermos onde não queremos, com quem não desejamos em uma situação de contínuo desconforto.
            O que essa encarnação propõe é o desafio de tornar-nos novo todos os dias, com total abertura mental para a valorização das lições que podem fazer a grande diferença na conquista de paisagens que tragam mais satisfação, leveza e harmonia aos dias a serem vividos. Não há obrigatoriedade no sofrimento, apenas a real necessidade de superação de dificuldades que quando mal compreendidas geram o sofrer.
            Toda encarnação nova sobre a Terra tem os seus objetivos e o seu planejamento. Ambos levam à efetivação de uma caminhada em direção à lucidez de Espírito. Ambos são destituídos de qualquer ranço de castigo ou punição, pois a Bondade Divina não pune nem castiga. Cabe aos Espíritos encarnados no planeta, especialmente aos espíritas, pararmos de evocar desculpas e fazermos dessa existência aquela definitiva para a aquisição de nossas credenciais para a conquista de uma condição espiritual superior. Esse alcance é desejável, é possível, é exequível. Basta o nosso empenho em iluminar a própria escuridão utilizando a mensagem de Jesus rediviva pelo Espiritismo.    
¹ editorial do programa Antena Espírita de 03.07.2016.

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