Pular para o conteúdo principal

O NATAL DE JESUS¹










O dom da vida se estendia naquela noite em meio ao desespero humano de orgulho e mesquinhez moral. Brilhava na protoforma infantil, em configuração educacional, a servir de modelo e guia para todas as criaturas humanas, em convite a se fazerem tal crianças para melhor assimilação dos ensinos superiores.

A maestria intrínseca de Jesus já cintilava ali na singeleza do ambiente, na humildade de um neonato, cujas excelsitude e divindade não buscavam aparatos mundanos “nem ouro nem prata” nem autoridade, para se firmarem e afirmarem, mas unicamente se expressavam silentes por sua magnificência espiritual.


Jesus oferece-nos a lição de sua natividade, como simbologia eterna para as nossas mais profundas e salutares reflexões, no entendimento de tomar a vida biológica como material didático e a experiência terrena como meio pedagógico para o desenvolver dos potenciais divinais imanentes em cada ser humano, criado “à imagem e semelhança” da Suprema Inteligência.

Natal é data festiva, sim, que se materializa em nossos costumes nem sempre condizentes com sua essência de pureza e sutilidade, mas que permanece imarcescível em seus objetivos superiores.

Natal é promessa luminosa e radiante de renovação espiritual; é a alvissareira nota da nossa trajetória na direção da Fonte Criadora, libertando-nos da ignorância e de todo o mal momentâneos e ilusórios; é grito eloquente do amor de Deus.

Natal é mensagem viril e altíssona da necessidade premente de renascimento contínuo, consciente e inamovível para o assumir da nossa condição de filhos do Eterno, em futuro de luz.

Que esse Natal não passe desapercebido ou desfigurado do seu vero significado entre nós, mas que seja o marco luminoso do nosso (re)encontro definitivo com a Verdade e a Potestade Celestiais.



¹ publicado na colun a opinião do jornal O Povo, de 19.12.2015.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

PESTALOZZI E KARDEC - QUEM É MESTRE DE QUEM?¹

Por Dora Incontri (*) A relação de Pestalozzi com seu discípulo Rivail não está documentada, provavelmente por mais uma das conspirações do silêncio que pesquisadores e historiadores impõem aos praticantes da heresia espírita ou espiritualista. Digo isto, porque há 13 volumes de cartas de Pestalozzi a amigos, familiares, discípulos, reis, aristocratas, intelectuais da Europa inteira. Há um 14º volume, recentemente publicado, que são cartas de amigos a Pestalozzi. Em nenhum deles há uma única carta de Pestalozzi a Rivail ou vice-versa. Pestalozzi sonhava implantar seu método na França, a ponto de ter tido uma entrevista com o próprio Napoleão Bonaparte, que aliás se mostrou insensível aos seus planos. Escreveu em 1826 um pequeno folheto sobre suas ideias em francês. Seria quase impossível que não trocasse sequer um bilhete com Rivail, que se assinava seu discípulo e se esforçava por divulgar seu método em Paris. Pestalozzi, com seu caráter emotivo e amoroso, não era de ...

OS FILHOS DE BEZERRA DE MENEZES

                              As biografias escritas sobre Bezerra de Menezes apresentam lacunas em relação a sua vida familiar. Em quase duas décadas de pesquisas, rastreando as pegadas luminosas desse que é, indubitavelmente, a maior expressão do Espiritismo no Brasil do século XIX, obtivemos alguns documentos que nos permitem esclarecer um pouco mais esse enigma. Mais recentemente, com a ajuda do amigo Chrysógno Bezerra de Menezes, parente do Médico dos Pobres residente no Rio de Janeiro, do pesquisador Jorge Damas Martins e, particularmente, da querida amiga Lúcia Bezerra, sobrinha-bisneta de Bezerra, residente em Fortaleza, conseguimos montar a maior parte desse intricado quebra-cabeças, cujas informações compartilhamos neste mês em que relembramos os 180 anos de seu nascimento.             Bezerra casou-se...

ALLAN KARDEC, O DRUIDA REENCARNADO

Das reencarnações atribuídas ao Espírito Hipollyte Léon Denizard Rivail, a mais reconhecida é a de ter sido um sacerdote druida chamado Allan Kardec. A prova irrefutável dessa realidade é a adoção desse nome, como pseudônimo, utilizado por Rivail para autenticar as obras espíritas, objeto de suas pesquisas. Os registros acerca dessa encarnação estão na magnífica obra “O Livro dos Espíritos e sua Tradição História e Lendária” do Dr. Canuto de Abreu, obra que não deve faltar na estante do espírita que deseja bem conhecer o Espiritismo.