Pular para o conteúdo principal

FOTOGRAFIA ESPÍRITA



Por Jorge Luiz (*)


     
 
       Foi veiculada na mídia matéria que noticia o suposto “flagrante da mão de um desencarnado” em foto, tirada pela filha de um ativista dos direitos humanos irlandês Bob Geldof, a socialite Peaches Geldof. Matéria completa leia aqui:
            Independente da veracidade ou não do episódio, a situação sempre provoca celeuma e atrai a opinião pública.
            A “Revista Espírita” sob a direção de P.G. Leymarie, após a desencarnação de Allan Kardec, publicou inúmeros artigos em 1874 sobre fotografias de Espíritos. Uma das fotografias, de Madame Rivail, trazia a imagem do Codificador do Espiritismo, ostentando uma mensagem em francês (foto abaixo). Começava a surgir a fotografia espírita.


            Em 16 de junho de 1875, entretanto, instaurava-se um processo que ficaria célebre: o Processo dos Espírita(1), movido em Paris, pelo Ministério Público, contra os médiuns – Buguet e Firman – e obviamente, contra P. G. Leymarie, sob a alegação de fraudes nas fotografias, resultando na condenação e prisão celular de Leymarie por um ano.
            O episódio acima, entretanto, não contradita a veracidade do fenômeno espírita caracterizado por um Espírito desencarnado sensibilizar uma máquina fotográfica.
            A esse respeito Gabriel Dellane, em sua obra “A Alma é Imortal”, acentua:
“A chapa sensível constitui um testemunho científico que certifica a sobrevivência da alma à desagregação do corpo; que atesta conservar ela uma forma física no espaço e que a morte não lhe pode acarretar a destruição.”
            A era digital tem proporcionado situações comuns de imitação das fotografias espíritas. Isto, por outro lado, propicia a facilidade de se constatar se o evento é verdadeiro ou não, dados os recursos e ferramentas disponíveis para tanto.
            É importante assinalar que Nogueira Lima, na obra o “Trabalho dos Mortos – o livro do João”, registra fotografias realizadas à magnésio, em 1920, em sessões de materializações.
            Um dos casos, contudo, mais extraordinários foram as fotografias realizadas nas materializações do Espírito Katie King, através da médium Florence Cook, objeto de pesquisas do ilustre químico e físico inglês William Crookes (1832-1919), que foram publicadas no Brasil pela Federação Espírita Brasileira, com o título “Fatos Espíritas”.
            Em uma das sessões, narra Dellane, o Espírito Katie King chegou mesmo a redobrar esforços para se fazer bem fotografa, ao ponto de segurar a lâmpada, para melhor iluminar o seu rosto, propiciando a impressão que estava inteiramente viva.
            Um outro fato curioso narrado por Dellane ocorreu quando Katie repousava no ambiente para ser fotografada, todos viram aparecer por sobre a cortina um grande braço de homem, nu até a espádua e a agitar os dedos, sendo repreendido por Katie, ordenando-se que se retirasse.
            William Crookes, no entanto, considera com a mais interessante das fotografias tiradas de Katie, foi obtida com ela tendo o pé descalço sobre determinado ponto do soalho. Vestiu em seguida a médium Florence Cook como Kátie, ficando ela e Crookes exatamente na mesma posição, e foram fotografados pelas mesmas objetivas e alumiados pela mesma luz.

            Apesar de todas as evidências da sobrevivência do Ser após a morte, sejam através de aparições, fotografias, vozes, imagens e comunicabilidade dos “mortos”,  bom número de cientistas ainda continua reticentes sobre a imortalidade da alma. A ciência acadêmica ainda caminha lenta para o reconhecimento destes fatos, o que promoverá, por certo, um salto quântico na evolução espiritual do Planeta.
            Como afirma o saudoso Hermínio Miranda, desencarnado recentemente: “É pois necessário que exista dúvida, para que haja crítica. Manifestando-se a crítica, vêm à tona novos argumentos e novos fatos em favor das ideias espiritualistas que, dessa forma, se vão tornando cada vez mais convincentes, mais irrecusáveis.”
            Jesus na parábola do rico e Lázaro foi enfático a este respeito, quando afirma: “Se não ouvem a Moisés e aos profetas, também pouco acreditarão, ainda que algum dos mortos volte à vida” (Lc, 16: 31)

¹ conhecer mais sobre o o processo dos espíritas, na obra "Processo dos Espíritas", de Madame P. G. Laymarie, por Hermínio C. de Miranda.(Leia conteúdo resumido.)

(*) livre-pensador e voluntário do Instituto de Cultura Espírita do Ceará.


Comentários

  1. Muito oportuno artigo. E muito feliz!
    Everaldo C. Mapurunga

    ResponderExcluir
  2. Caro Jorge Luiz, considerando a dificuldade para a aceitação por parte dos cientistas academicistas a respeito das fotografias ditas espíritas(a ciência acadêmica ainda não se reportou ao tema) lembro a admoestação de Jesus a Nicodemus : sois doutor em Israel e não compreendeis quando vos falo das coisas do Espírito?". A cultura acadêmica ainda é materialista e de forma boba e atrasada ainda não alcança que estamos todos em um imenso "vazio" de matéria chamado Universo, o qual não passa de um infinito tecido nervoso onde a passagem de energias vibráteis são a única realidade. Grande abraço ao amigo. Roberto Caldas

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

PESTALOZZI E KARDEC - QUEM É MESTRE DE QUEM?¹

Por Dora Incontri (*) A relação de Pestalozzi com seu discípulo Rivail não está documentada, provavelmente por mais uma das conspirações do silêncio que pesquisadores e historiadores impõem aos praticantes da heresia espírita ou espiritualista. Digo isto, porque há 13 volumes de cartas de Pestalozzi a amigos, familiares, discípulos, reis, aristocratas, intelectuais da Europa inteira. Há um 14º volume, recentemente publicado, que são cartas de amigos a Pestalozzi. Em nenhum deles há uma única carta de Pestalozzi a Rivail ou vice-versa. Pestalozzi sonhava implantar seu método na França, a ponto de ter tido uma entrevista com o próprio Napoleão Bonaparte, que aliás se mostrou insensível aos seus planos. Escreveu em 1826 um pequeno folheto sobre suas ideias em francês. Seria quase impossível que não trocasse sequer um bilhete com Rivail, que se assinava seu discípulo e se esforçava por divulgar seu método em Paris. Pestalozzi, com seu caráter emotivo e amoroso, não era de ...

OS FILHOS DE BEZERRA DE MENEZES

                              As biografias escritas sobre Bezerra de Menezes apresentam lacunas em relação a sua vida familiar. Em quase duas décadas de pesquisas, rastreando as pegadas luminosas desse que é, indubitavelmente, a maior expressão do Espiritismo no Brasil do século XIX, obtivemos alguns documentos que nos permitem esclarecer um pouco mais esse enigma. Mais recentemente, com a ajuda do amigo Chrysógno Bezerra de Menezes, parente do Médico dos Pobres residente no Rio de Janeiro, do pesquisador Jorge Damas Martins e, particularmente, da querida amiga Lúcia Bezerra, sobrinha-bisneta de Bezerra, residente em Fortaleza, conseguimos montar a maior parte desse intricado quebra-cabeças, cujas informações compartilhamos neste mês em que relembramos os 180 anos de seu nascimento.             Bezerra casou-se...

ALLAN KARDEC, O DRUIDA REENCARNADO

Das reencarnações atribuídas ao Espírito Hipollyte Léon Denizard Rivail, a mais reconhecida é a de ter sido um sacerdote druida chamado Allan Kardec. A prova irrefutável dessa realidade é a adoção desse nome, como pseudônimo, utilizado por Rivail para autenticar as obras espíritas, objeto de suas pesquisas. Os registros acerca dessa encarnação estão na magnífica obra “O Livro dos Espíritos e sua Tradição História e Lendária” do Dr. Canuto de Abreu, obra que não deve faltar na estante do espírita que deseja bem conhecer o Espiritismo.