domingo, 18 de agosto de 2013

RELIGIÃO ESPÍRITA: A PRÁTICA DA TRANSFORMAÇÃO¹







 Por Roberto Caldas (*)


Provavelmente um dos nossos maiores desafios do caminho retrata a necessidade de aprendermos a ampliar a habilidade da convivência. Nesse campo de ação não há regras quaisquer que permitam estratégia única. Somos tão diversos na essência de nossas histórias que se torna impossível encontrarmos soluções senão para as nossas próprias questões existenciais. Quando avaliamos situações que atingem as pessoas que caminham ao nosso redor estamos tão somente refletindo o conjunto de nossas experiências que muito pouco nos categorizam para entendermos o que se passa na intimidade de quem é foco de nossa atenção.
            A compreensão de que somos seres espirituais que existimos a muito mais tempo do que podemos imaginar torna muito mais séria a questão. Desconhecemos absolutamente o conteúdo de nossas existências e toda a pressão que as lembranças não lembradas do passado exercem nas atitudes de agora, mergulhadas no inconsciente remoto. Espíritos livres e sem relação de pertencimento estamos em viagem contínua de aprendizados, onde erros e acertos se transformam em vivências tão somente, numa jornada que certamente é composta de estadiamentos, mas dificilmente com previsão de fim. Toda a complexidade que se encontra em nossa estrutura pessoal deve ser igualmente extraordinária no outro.

            Muitas vezes temos a impressão de que a sociedade se encaminha para a destruição, tamanhas as patologias expostas nos diversos núcleos que a compõem. Somos agredidos pela violência, em escala mundial, causada pela forte reação aos entraves de comunicação, pela incompetência para viver as diferenças amistosamente, assim como pela incapacidade de resposta das instituições que deveriam defender a dignidade humana. É fácil deduzir que os títulos de representação não abastecem as personalidades, alçadas ao poder, de capacitação para a compreensão dos problemas da existência. Títulos não significam conquista de sabedoria.  No fundo não passamos de alguém que sabe apenas, e muito mal, o que acontece consigo.
            A Doutrina Espírita nos convida à reflexão relativa às intensas diferenças de comportamentos exibidos pelas individualidades e grupamentos afins que vemos se expressarem no mundo. Desapegado das questões teológicas fundamentalistas, o Espiritismo se apresenta como uma proteção às intolerâncias conceituais que comprometem o senso de união e pulveriza as chances de entendimento entre as partes componentes dos conflitos que se multiplicam por todo o planeta. Destacando que os verdadeiros aliados são aqueles que se vinculam pela simpatia de vibrações e estão além mesmo de nos conhecermos fisicamente, consideração de O Evangelho Segundo o Espiritismo que assinala “Não são os da consangüinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de idéias, os quais prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações (cap. XIV, item A parentela corporal e a parentela espiritual). Há muitos grupos que se interligam pelo desejo de mudança e transformação dos destinos da humanidade e esses agregados de pessoas, independente das crenças que professem, são veiculadores da mensagem dos Espíritos Superiores e devemos nos dispor junto aos mesmos para que fortaleçamos a Religião Espírita, que não é senão um chamado para a prática da construção da paz e do amor sobre a Terra, muito além do que momentos passados dentro de um centro espírita. A ação religiosa espírita nos chama para a convivência salutar com todos os transformadores pacíficos do mundo.


 (¹) editoria do programa Antena Espírita de 18.08.2013
(*) integrante da equipe do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.

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